Missão gaúcha retorna da Itália, após visitar cooperativa e agroindústria de queijo grana padano

A missão gaúcha, formada por especialistas e agentes de desenvolvimento do Projeto Coesão Social para o Fortalecimento das Cadeias Produtivas (Cocap), co-financiado pela Comissão Europeia, regressou da Itália, após uma semana de estudos na região do Vêneto. Fizeram parte do grupo, os ijuienses engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Neimar Peroni, representante do poder executivo de Ijuí, Valmir de Quadros, e dois especialistas contratados do Cocap, a professora da Unijuí, Lucinéia Woitchunas, e Luis Juliani.

A capacitação do grupo, na Itália, teve duração de cinco dias, e deu continuidade à formação dos agentes iniciada em setembro no Brasil, com foco na cadeia produtiva do leite. Em função disso, os gaúchos puderam conchecer como os italianos implementaram seus distritos industriais e suas políticas de desenvolvimento. Eles tiveram a oportunidade de visitar a Cooperativa de Caseificio Social Ponte de Barbarano, de Veneza, fundada em 1923 por um grupo de 20 produtores de leite, que hoje são 70 e entregam diariamente 90 mil litros. Tradicional em Veneto, o queijo grana padamo produzido pela cooperativa é um queijo duro, elaborado com leite cru de vaca e tem a forma de um tambor pesando 24 kg a 40 kg.

Outra visita técnica ocorreu a uma agroindústria de laticínios - Central de Leite de Veneza, recentemente inaugurada, mas que tem sua origem na década de 20. Apenas 20 produtores são responsáveis pela produção de dois milhões de litros de leite beneficiados por dia na agroindústria, o que aponta uma média de 100.000 litros/dia por propriedade (vacas confinadas), realidade bem diferente da encontrada na região Noroeste do Rio Grande do Sul, segundo Woitchunas.

A cooperativa, segundo observou Peroni, remunera, em média, de 0,03 a 0,05 centavos de euros a mais por litro de leite em relação à indústria de laticínio. Para Valmir de Quadros, as políticas públicas para o desenvolvimento rural da região de Vêneto interferiram diretamente na capacidade de os agricultores gerar renda a partir de suas atividades. Para Luis Juliani, especialista da Cocap, a vantagem competitiva dos distritos visitados está na presença de uma rede de atividades fortemente integradas e capazes de gerar identidade e motivação aos atores envolvidos.

A experiência italiana, segundo Woitchunas, poderia servir de inspiração aos pequenos agricultores familiares da região Noroeste, que produzem leite em pequena escala e precisam buscar alternativas para se inserir no mercado atual.

Lucinéia afirmou, ainda, que a partir do curso de formação, em Vêneto, as ações do projeto Cocap terão continuidade. O próximo passo será a socialização do que foi visto na Itália aos demais agentes do projeto no RS. Para 2011, estão previstas duas ações importantes que são a consolidação da Usina de Ideias e a implementação do Laboratório de Projetos, que, entre outras questões, tratarão de ampliar o número de pessoas envolvidas, representando novas entidades públicas e privadas, bem como, buscar o aprimoramento de projetos e recursos para implementá-los e, ampliar as capacitações, com novos intercâmbios.

 

GSC Unijuí